O consumo excessivo de álcool é chamado de etilismo, e tem consequências importantes para a sua saúde. Segundo a OMS, o uso nocivo do álcool é responsável por cerca de 200 doenças e lesões. Hoje se sabe que a saúde bucal e a saúde sistêmica estão ligadas e, portanto, qualquer situação que afete a saúde bucal pode se refletir de alguma forma no seu estado de saúde geral. Na faixa etária de 20 a 39 anos,13,5% do total de mortes são atribuídas ao álcool.
COMO SABER SE EU CONSUMO ÁLCOOL ALÉM DA CONTA?
A OMS recomenda que o consumo de álcool não exceda os seguintes limites por semana:
a) homens: 21 unidades por semana
b) mulheres: 14 unidades por semana
Para entender melhor, 1 lata de cerveja (350 mL) corresponde a 1,7 unidade. Já um cálice de vinho (90 mL), corresponde a 1,1 unidades. E uma dose de destilado de 35 mL, a 2 unidades.
Como referência, um homem que ingere mais de 21 unidades de álcool por semana, ou uma mulher que ingere mais de 10 unidades por semana, podem ser considerados como bebedores excessivos.
Fatos ou Fakes:
1) O álcool pode ser considerado como uma substância psicoativa?
FATO: Sim. Segundo a OMS, uma substância psicoativa, ou droga psicotrópica, são aquelas que atuam sobre o cérebro, modificando o seu funcionamento, podendo provocar alterações no humor, na percepção, no comportamento e em estados da consciência. E o álcool se encaixa nessa definição, e provoca dependência.
2) O risco para desenvolver doenças bucais a partir da ingestão nociva do álcool é igual para homens e mulheres.
FAKE: Estudo têm apontado uma maior vulnerabilidade para o sexo feminino, principalmente para aquelas que bebem regularmente desde os 18 anos de idade. Por isso a dose semanal considerada segura pela OMS para mulheres é menor do que para homens.
3) O consumo excessivo (nocivo) de álcool pode causar mau hálito?
FATO: Sim. O contato direto com a mucosa da boca causa um efeito imediato de ressecamento. O consumo nocivo (uso crônico) leva a uma diminuição do fluxo da saliva, que é responsável por controlar a acidez da boca e equilibrar o microbioma. Sem esse controle, esse equilíbrio, o meio bucal torna-se propício para o desenvolvimento de doenças que normalmente não apareceriam.
4) O câncer de boca tem mais a ver com a exposição ao sol e ao cigarro do que com o álcool.
FAKE: O álcool é considerado como um dos principais fatores causadores de doenças bucais. O uso nocivo pode desencadear o aparecimento de câncer na mucosa bucal, língua ou garganta, por ser um agente irritante que danifica células, e por diminuir a atividade imunológica. E o risco aumenta muito quando associado ao cigarro.
5) A doença cárie e a doença periodontal têm o seu risco aumentado com o consumo nocivo de álcool.
FATO: Com certeza. E é basicamente por tudo o que conversamos até agora. Com a boca mais seca, a acidez (o pH) eleva-se e todo o microbioma da boca é alterado (desequilíbrio). Isso é chamado de disbiose, e é o princípio dessas doenças. O contato prolongado da placa bacteriana com os tecidos bucais (dentes e gengiva) seguirá seu curso causando um quadro inflamatório crônico que resultará em uma gengivite (que no seu estágio avançado recebe o nome de periodontite). O mau hálito se instalará e a perda de dentes é uma questão de tempo, caso o problema não seja tratado. O mesmo serve para as lesões de cárie nos dentes.
Como não se sabe qual é o grau de susceptibilidade de cada indivíduo, o melhor mesmo é seguir as recomendações da OMS sobre o consumo do álcool, respeitando seus limites individuais. Claro que se você não gosta de consumir, não precisa começar a fazê-lo, mas se você se enquadrou como um consumidor excessivo, então está na hora de mudar seus hábitos. Reduza o consumo de álcool (e o de cigarro, se você fuma), faça exercícios físicos, faça refeições saudáveis e durma bem.